2 Comentários

Maravilhosas, você e Zélia e essa edição! Nossa, adorei ver você apontar as incoerências de Zélia, dos assuntos que pecam por falta. Qual a história de Luís Carlos? Ele ainda é um bebê quando ela se apaixona por Jorge, mas não sabemos por que ela não é a cuidadora principal dele. Isso sempre me deixava com uma pulga na orelha, aguardando a explicação, e as repostas não vinham. Achei que em algum livro pudessem aparecer, claramente é um assunto espinhoso, que ela prefere não abordar. Mas não é aquilo que mais temos medo de escrever que devemos escrever, já disse Nayyirah Waheed?

Sobre os pitacos, eu tenho duas teorias que cultivo em paralelo: na primeira, com ceeeerteza que Zélia dá pitaco. Com todas aquelas opiniões, tanto a dizer e a contar, tão fã, como ela não teria sugestões e críticas perfeitamente cabíveis para acrescentar aos textos de Jorge? É óbvio que tinha. Mas o segredinho dos dois é que ela "não dá". Ou não, ela não dá nenhum pitaco mesmo, ela só datilografa. Mesmo como uma mulher extremamente independente e autêntica, Zélia ainda vivia numa época em que a luta feminista só chegava a certo ponto. Zélia não alimentava suas opiniões sobre os escritos de Jorge, porque não lhe cabia opinar. Se ela repete essa informação ou (1) é para esconder o fato de realmente dar muito pitaco ou (2) porque queria dar vários e não se sentia apta. Algum dia saberemos?

Expand full comment

Que edição deliciosa! Li Anarquistas muito novinha, minha avó era leitora apaixonada por Zélia e sempre recomendava. Mas, acho que precisaria reler, com a cabeça de hoje... tantas nuances!

Fiquei ainda mais tentada com o livro da Ferrante. A Autobiografia está na minha lista sem fim de leituras e bem... Vai ficando!

Mas eu amei. Amei forte e fiquei ainda mais tentada a mergulhar fundo nessas páginas...

Expand full comment